As Asas da Árvore


Árvore solitária que choras
lágrimas de rubis,
que te ergues para o céu
livrando-te de raízes.
Crescem-te humildes asas
e nas noites longas,
consegues levantar o vôo.
Em tuas ânsias de altura,
tuas asas sonham
fugindo desta terra umbría,
e com elas podes
engulir-te infinito e céu.
¡Não deixes de desembrulhar
tuas asas nesta alegria,
de dar-te aos céus
com os olhos abertos!
Elas conhecem tudo o que amoas,
estrelas, paisagem, água azul,
e anjos azuis.
Sob seus suaves aleteos
fluem os panoramas.
Por elas tens,
o segredo de teus horizontes.
Não tas tires,
é teu o espaço,
teu rico destino.
Graças a elas
trepaste as alturas,
sentiste no vento,
a dita do pássaro,
de não ter caminhos.
¡Não te tires as asas,
não as quebres!
Aumenta a força
para despregá-las
mais longe.
E na imensidão
de teu céu,
morre com elas
e assim te converterás
em estrela